top of page

   A cidade de São Paulo, segundo Agnaldo Farias é um mosaico colossal e fraturado, aparentemente desconexo, pois sua lógica não se oferece aos sentidos. As deteriorações do espaço urbano são a despreocupação com a qualidade de vida, a cidade cresce cumulativamente, sem pensar no conjunto.
    O conceito da “Cidade Polifônica” de Massimo Canevacci (1993) a cidade de São Paulo é analisada sob o prisma de diversas técnicas interpretativas que levam à identificação de um "paradigma inquieto".  
    São Paulo é descrita sob o prisma da antropologia da cultura ocidental como: “Uma cidade difícil. Ritmos e multiplicidade de ritmos que atravessam como correntes espaços urbanos e espaços comportamentais” (Canevacci, p.09). Sob a ótica de Canevacci é uma mistura de estilos, autoconstruções marginais, demolições constantes, uma cidade patchwork, a insalubridade dos espaços públicos com grandes avenidas aceleradas de planos-sequência com aglomerados de arranha-céus.
    Para Canevacci, o objeto da pesquisa é a própria cidade e suas possibilidades cognitivas através de um resultado “sujo”, de misturas imprevisíveis e casuais entre os níveis racionais, perceptivos e emotivos compõem a cidade de São Paulo (fig. 08).

    Com mais de 12 milhões de habitantes (segundo IBGE em 2016), São Paulo hoje é uma das cidades-mundo. O tamanho territorial que extrapola sua própria demarcação de município, produzem uma paisagem heterogênea de circuitos e redes habitadas por diversas tribos: cidade de mil povos, capital financeira, cidade conectada no mundo virtual e real das trocas, potência econômica do país, berço de movimentos sociais e lideranças políticas. No entanto, é uma cidade partida, cravada por muros visíveis e invisíveis que esgarçam em guetos e fortalezas, sitiando-a e transformando seus espaços públicos em praças de guerra. (Rolnik, p.9).  
    A área estudada é a região da zona norte de São Paulo, mais especificamente, o bairro da Parada Inglesa. As dinâmicas urbanas são base de reflexão para a intervenção projetual (fig.09).

 

3. ANÁLISE DO ESPAÇO URBANO: A Cidade de São Paulo

    A escolha do local de pesquisa e a intervenção urbana na Parada Inglesa cumpre o imperativo metodológico por ser uma área de fácil acesso aos dados da pesquisa e ao tratamento adequado dos respectivos dados a serem levantados, além de ser um local inexplorado sob a ótica da percepção ambiental. 
   Busca e investigação motodológica das possibilidades artístico-cultural-social para um lugar: o site specific na Parada Inglesa, por meio de um estudo histórico e de inserção na região Norte de São Paulo. 
    A memória cartográfica, elaborada na leitura dos mapas e a ocupação territorial evidenciam alguns aspectos importantes sobre a área estudada. Os mapas são entendidos não apenas como um objeto científico de registro de uma dada realidade física e material do tempo, mas como um poderoso objeto artístico imagético, que busca representar uma dada realidade de forma abstrata, formalizando e legitimando acontecimentos nele representados (projetuais e reais).  
    Como suporte, o mapeamento faculta elaborar em uma linguagem uma síntese de vários elementos: dados e referenciais históricos, socioculturais e espaciais da área. Tais elementos serão analisados por meios de notas, fotos, documentos, imagens, sobreposições e modificações com o intuito de assimilar as modificações perceptivas ao longo do tempo.
    A intervenção urbana passa a ser encarada como o reflexo (resultado) de um método de compreensão do meio ambiente urbano por meio de diversas abordagens tendo como objetivo produzir um recorte experimental das manifestações artísticas urbanas.
    Os mapas, transformados em recortes de imagens modificados, a sobreposição de elementos intensifica a relação formal concentrando-a num padrão mais ajustadamente unificado, ou seja, a conexão entre as imagens, ideias e representações é mais próxima e mais dinâmica. Por meio de transparências, evidencia-se a superposição dos elementos por meio de transparência física e transparência perceptiva. (Arnheim, p. 242) 

“Cada forma arquitetônica tem o poder inexaurível de comunicar-se através de todo o aparelho perceptivo – emotivo e racional – do espectador, que muda de papéis segundo o tempo e o espaço: no cronotopo, diria Bachtin (cf. capítulo III). Uma cidade é também, simultaneamente, a presença mutável de uma série de eventos dos quais participamos como atores ou espectadores, e que nos fizeram vivenciar aquele determinado fragmento urbano de uma determinada maneira que, quando reatravessamos esse espaço, reativa aquele fragmento de memória. ” (CANEVACCI, p.22).

Please reload

TAISA

© 2017 por Design de TAISA NOGUEIRA. Orgulhosamente criado por Wix.com

  • facebook-square
  • Black LinkedIn Icon
NOGUEIRA

Entre em contato

Seus detalhes foram enviados com sucesso!

bottom of page