
ARTEMÍDIA URBANA
Reflexão e Análise Perceptiva da Parada Inglesa
![]() |
---|
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
O Trabalho Equivalente que se pauta numa intervenção urbana com função didático-metodológica, ou seja, a proposta tem por finalidade propor um método de sensibilização artística que possibilitou uma reflexão sobre o site specific da Parada Inglesa.
As “Memórias Cartográficas” possibilitaram uma reflexão sobre a região numa leitura visual gestáltica: o mapa passou a ser compreendido como uma tela para o artista e a cidade como a obra de arte. Os estudos perceptivos da Gestalt possibilitaram explorações interessantes, múltiplas interpretações e abordagens do tema.
A cidade, para Giulio Carlo Argan, é entendida como Gestaltung, que em alemão significa em formação (processo em construção) e não como Gestalt, ou seja, como uma forma definida. Portanto, a forma da cidade é o resultado de um processo cujo ponto de partida não é uma forma pré-estabelecida. Segundo Argan, só a história como a vivência da sociedade e dos indivíduos constitui a mutável imagem da cidade.

“Paradoxalmente, é unicamente desorientando-se e desorientando que o narrador urbano - antropólogo ou romancista – pode contribuir para dar uma ordem ao processo comunicativo da cidade”. (Canevacci, p. 102)
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise dos mapas colaborou para a reflexão perceptiva do flanar. O flanêur foi transformado em voyeur (o observador), ou seja, o texto é interior à experiência do sujeito e a escolha dos indicadores deste relato é parcial e qualitativa. O Flanar da Parada Inglesa apresentou as diversas realidades e apropriações do espaço público, seja por interesses públicos, privados, lazer, entretenimento, esporte, etc.
As intervenções artísticas viabilizam a capacidade de catalisar e promover novas dinâmicas, adequados à inserção espacial, contemplando os anseios e expectativas da população. As ações na praça colaboraram para compreender relações entre a efemeridade e a resistência das ações no espaço urbano.
Os experimentos foram compreendidos como metodologias de uma ação artística e intenção é experimentar e relatar os olhares consequentes da apropriação efêmera do ambiente. Nestes experimentos, buscou-se compreender como tais ações podem favorecer a ampliação do repertório cultural do olhar instigado.
As intervenções visuais na cidade têm como fator primordial colaborar para efetivas mudanças na paisagem urbana, a partir da referência afetiva com o local, gerando a preservação e uma conscientização de cidadania.
Minhas buscas iniciais foram na direção de encontrar práticas capazes de modificar o cotidiano urbano no campo da arte e do urbanismo. As intervenções se mostraram férteis para a reverberação de novas possibilidades de cotidiano urbano.
O trabalho possibilitou uma integração entre a população com o meio ambiente urbano, e a busca pela identidade cultural na Parada Inglesa, zona norte de São Paulo como metodologia de sensibilização perceptiva buscando uma reflexão sobre a qualidade da ocupação dos espaços públicos da cidade.
Segundo Zamboni (p.58-59) a conclusão definitiva deverá ser tirada pelos interlocutores da obra de arte, que interpretam e interagem com a obra. A interpretação dos resultados da pesquisa em arte não converge para a univocidade, mas para a multivocidade, uma vez que cada interlocutor deverá fazer sua interpretação pessoal e proceder uma leitura subjetiva para analisar os resultados da pesquisa contido na própria obra de arte. Diferentemente da ciência, a arte tem um caráter pessoal de interpretação, garantido pela plurissignificação da linguagem artística.
Assim, banca foi convidada para flanar na Parada Inglesa e a equipe pode observar as imagens do cotidiano sobre uma condução da memória de vestígios que ainda resistem na paisagem: a praça sobre o rio, a igreja, a ocupação e o espaço em constante movimento tudo no contexto da polifonia de tráfegos-miasmas-engarrafamentos da cidade.
As qualidades dinâmicas são estruturais, elas são sentidas através do som, do tato, das sensações musculares, bem como da visão. As propriedades estruturais não são limitadas ao que é captado pelas sensações externas, elas são visivelmente ativas no comportamento da mente humana.
As análises aqui descritas foram compartilhadas por meios virtuais, elaborando “mosaicos criativos” de mapas mentais, buscando uma memória afetiva da região com a casa, a rua, o bairro e com a cidade. Neste site: http://taisabap.wixsite.com/taisabap que possibilita múltiplas leituras, links e conexões livres buscando reverberar virtualmente o conteúdo aqui apresentado.